quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Enquetes e Falácias #3

Beijo, abraço e aperto de mão.


Momento nostálgico on. Ao longo da história humana, as brincadeiras de infância sempre foram as mesmas. Com leves adaptações, claro. Veja, por exemplo, o caso do clássico esconde-esconde. Pensem em como esta leve, divertida e humilde brincadeira teve sua adaptação no quesito vestimenta, ao longos das eras. Remontem-se lá pelo idos de 1800. Imaginem doces crianças pulando, correndo, saltando e escondendo-se o dia inteiro. Eis que um agradabilíssimo odor advém das suas partes pudentas e sudoríparas. Português claro: pense no fudum podre que a molecada ficava no final do dia. Também pudera: meninas de vestido e meninos de terno. Não que fosse errado. Absolutamente. As vestimentas até davam um ar de classe e romantismo. Mas o cheiro era inevitável. Pois bem. O tempo foi passando, as roupas diminuindo, mas as brincadeiras continuavam as mesmas. Algumas sofreram adaptações no quesito enredo, como o esconde-esconde-de-bicicleta. Em vez de apenas um bobão bater cara, dois ficavam contando enquanto a molecada dava o que tinham nas bikes no entorno pré-combinado de ruas e avenidas.
A cidade era mapeada para que ninguém fosse além da órbita previamente designada. Atropelamentos, joelhos ralados, correntes de bicicletas que se soltavam... Tudo fazia parte. Tudo valia. E continuávamos a feder do mesmo jeito.
Uma das brincadeiras que mais me chamava a atenção era o "beijo, abraço ou aperto de mão?". Não pela conotação sexual da brincadeira. Mas pelo aspecto lavando a roupa suja que se fazia enquanto a praticávamos. Claro que, de antemão, havia uma pré-seleção de quem iria brincar. Nenhuma informação era vazada. Ninguém, além dos convidados, sabiam onde iria ser a brincadeira. Mas, é claro, no final estavam todos. Do desdentado à bonitinha da turma. Do pegador ao zarolho. Todos. Aí a combinação mudava. Era hora de dar o toque em quem ia tapar seu olho. Aquele toque mais forte, aquela tossida, espirrada, polichinelo... Tudo valia na hora em que a pessoa apontava para o(a) filé da turma e perguntava: "É essa?".

(a) Sempre fui enganado(a). Nunca eu consegui dar um beijo no bonitinho(a) da turma.

(b) Eu, só para zuar, escolhia aperto de mão em todas.

(c) Uma vez eu bati o recorde. Eu escolhi beijo e fiquei 2 horas beijando. Saímos dali, tomamos uma taça de sundae, marcamos um cinema, começamos a namorar, noivamos, casamos, separamos e estamos brigando pela guarda do Plets. Nosso dálmata.

(d) Teeeeempo bãaaaao, nãaao voooolta maaais.

(e) Ca-ra-ca meo! Tu vio como a Vanessinha tá gostosa agora? Hoje eu dava uns cato nela...

(f) Eu quero ver você falar do pega-pega-americano. Aquilo sim era brincadeira!

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